quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Entrevista com o tatuador El Mendez

     Nesta semana, o Pequi Cultural entrevistou o tatuador El Mendez, do estúdio La Vella GuardiaTattoo Shop. Natural de Uruaçu, Mendez mora em Goiânia desde pequeno e sempre se interessou na arte de desenhar. Confira a entrevista feita pelo jornalista Gustavo Burns.

El Mendez tatuando em seu estúdio 
La Vella Guardia Tattoo Shop (Fonte: Divulgação)

Pequi - Quando você decidiu que queria ser tatuador?
El Mendez - Na verdade a decisão sobre ser tatuador veio por acaso. Sempre desenhava e nunca me imaginei trabalhando em algo burocrático. Um dia juntei com um amigo que estava já no segundo filho e num emprego ruim, juntamos uma grana e compramos um kit. Aí começou a saga.

Pequi - Você já trabalhava com desenho, ou outro tipo de arte?
E.M. - Sempre desenhei, desde criança, mas foi depois dos 20 que comecei a fazer uns free lance e ganhar grana com desenhos.

Pequi - Você possui algum curso relacionado com sua profissão?
E.M. - Quando resolvi aprender procurei um tatuador bom e íntegro, e me ofereci pra ser um aprendiz. Como ele já sabia que eu desenhava, me aceitou e fui aprendendo. Nesse processo participei de convenções e fazendo cursos com outros tatuadores em estilos diferentes, além do curso de biossegurança.

Pequi - Quando começou a tatuar profissionalmente?
E.M. - Profissionalmente tem três anos, mas todo dia é aprendizado.

Pequi - Você imaginava que um dia teria seu próprio estúdio?
E.M. - Na verdade não, mas tamo aí lutando pra manter aberto! Manter um estúdio aberto é canseira, quando você tem uma concorrência desleal e muitos impostos pra pagar.

Pequi - Hoje em dia ainda existe preconceito com essa profissão?
E.M. - Preconceito existe e sempre vai existir em muitas profissões. Mas tudo é questão de conhecimento e conversa. Mas hoje em dia é bem mais visto, antigamente era tenso. Hoje está na mídia, e quase sempre mostram o lado positivo dessa arte.

Pequi - Qual estilo de tatuagem que você mais gosta de fazer?
E.M. - Tenho preferências pelas tatuagens tradicionais. Mas gosto de pessoas, então qualquer tattoo faço com amor. É bom ouvir as histórias de cada um e a maioria acaba deixando de ser cliente e passa a ser amigo!

Pequi - Tem algum estilo que você acha mais difícil de trabalhar?
E.M. - Maori e realismo é canseira, respeito quem faz porque é phoda, e com PH!

Pequi - Você também mexe com grafite, chega a ser um trabalho ou apenas um hobby?
E.M. - Trabalho com estêncil, uma das ramificações do grafite, faço como diversão. Às vezes vendo umas peças.

Pequi - Em Goiânia tem espaço para quem deseja trabalhar profissionalmente com grafite?
E.M. - Na verdade grafite é meio tenso de trabalhar, mas hoje em dia existe um lugar em Goiânia chamado Upoint, uma loja de grafiteiros aonde funciona uma associação. Fica no centro, no beco da codorna, lugar que foi revitalizado pela associação.

Pequi - Quais artistas te inspiraram e lhe serviram como referência para seu trabalho?
E.M. – Vários, o Rustoff, Danovan, Kleber Lisboa , Dorme, Ramon, e minha mãe, porque ela é guerreira.

Pequi - Há algum outro ramo artístico que você gosta trabalhar?
E.M. - Artes plásticas, gosto de pintar objetos, me agrada. Mas ando fazendo pouco, porque a tatuagem ocupa muito o meu tempo. Mas sempre que sobra um tempo aí estou lá pintando.
E o mais importante sobre essa profissão. Os amigos que se oferecem pra treinamos e aperfeiçoamos as técnicas. E você é um que devo ,valeu pelo incentivo Gustavo!!

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